segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sobre o Amor

Amor não é o que termina, não é o que dissolve, não é o que se perde na rota do tempo. Perdemos as paixões, efêmeras como um raio em meio à escuridão. Perdemos aquilo que de nós achávamos ser bem próprio, mas como pessoas não são coisas, então, nenhum objeto é digno do Amor. Porque o Amor é algo sublime, algo maior. É aquilo que não se desfaz pelo tempo e não dependerá de qualquer sintonia para que vibre, porque a sua essência é independente, forte, única e inalterável. O término do Amor pode ser temporário, porque a indicação que ele ao menos existiu sempre o fará reacender no momento seguinte.  

Os caminhos que se chegam ao Amor nem sempre são certos, não são comuns e menos ainda inteligíveis algumas são as razões do porquê ele acontece. O que importa é a tradução. É o que ele reverbera no âmago e a vontade que dá em prosseguir. Porque o Amor é amplo e magnânimo. É maior que qualquer desistência. É maior que qualquer incoerência. É maior e suplanta qualquer dor. Aliás, se dói tanto é porque não é Amor. O Amor tem razões para florir dentro do peito, fazer florir e se espalhar e não doer e maltratar. 


Toda a natureza é permeada de Amor. É só olhar ao redor e captar nos sensos estéticos da Criação que o Amor é o que lhe inspira belos cenários, os dias de sol radiante, o colorido das flores, a pluralidade infinita que se perde no azul do céu profundo, o mar que colide em suas explosões e nos faz sentir a alma vibrante e revigorada, os animais em sua singeleza e amenidade dos dias em que seguem suas vidas tranquilos em suas obrigações naturais. Sim, as obras da Criação são puro Amor, assim como nós, apesar de tão imperfeitos, nos lapidamos aos sons dessa mesma melodia interior. 

E o Amor segue. Constrói e vivifica. O Amor cresce a medida em que se multiplica universalmente. O Amor é doação, entrega, troca, crescimento, compreensão, afetividade, alegria e afeto mútuo. O Amor não sabe ser egoísta ou perverso. O Amor não manipula e não desencoraja. O Amor sublima qualquer dor. O Amor traz a voluntariedade ao coração. O Amor traz esperança e se embriaga de fé. O Amor é plenitude e esteio, é alicerce e ponte, é escada e iluminação. A cada toque de Amor no coração estamos mais perto de sermos aquilo que devemos ser. Seres humanos obstinados ao bem maior, à evolução e à fonte de um futuro permeado de igualdade, de benevolência e de paz. Só o Amor é real. Nada, além dele, irá subsistir e continuar. O Amor é início, meio e fim. O Amor é destino certo e sempre chega. 

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