sábado, 25 de outubro de 2014

Da Sintonia, Do Amor e Do Tempo...

Quem determina essas três coisas ou esses três atos ? Quando eles entram em contato, de forma oficial ? Quando podem passar da situação hipotética à realidade tangível ? Certo é que não há como saber, no entanto, quando se encontram os três na mesma linha, ou na mesma página a prepararem a história é que iniciam-se no ritmo cadenciado do coração. E não há como fugir ou deixar de ser. É apenas um querer ter e estar, numa constante e fatídica busca, enfim, da almejada felicidade. Felicidade que transforma e tudo transcende. 

E é tênue, ao mesmo tempo em que incorre em muitos riscos. Porque a linha, ainda que a mesma, ou a página também, o parágrafo dos três, ande em consonância, não é certo que atingirá duas pessoas em mesma sincronia. Não é certo que conseguirá administrar o alinhamento recíproco. Não é garantia de se instalarem a sintonia, o amor e o tempo dentro do coração do outro. Não. No amor nada é garantido, menos ainda tudo isso. Por isso ele é assim, essa forma lúdica que a vida traz de enfeitar e de semear. 


E por conta disso, uma série de desavisados mal diz o amor ! Ah ! Pobre amor ! Esse malgrado que nos atravessa o caminho ? Não. Não é nada disso... Apenas acontece do amor ser independente de qualquer regra. Independente de qualquer fórmula ou traço. Independente de qualquer característica, não há qualquer grão que engaje uma história a outra. Não há qualquer semelhança de uma história a outra quando se trata de amor. É tudo diverso... Diversos os sentimentos, os seres, os contextos, as realidades que se chocam, os momentos e os teores. Assim como é diversa a sintonia, diverso é o tempo de amor de cada um. 

E assim é. Não há o que mudar. Não há o que fazer. O amor é algo que se sente, até o último grão ou se deixa, ao meio do caminho, até que outro que venha a seguir o pegue e o transforme. Sim. O amor muda. O amor progride e prolifera. Quanto mais se dá, mais se tem. Quanto mais se espalha, mais se ganha de volta. E quem duvida do amor ? A sua centelha é fagulha que emana luz e emana prosperidade por onde passa. E não diga que assim não seja. Porque o que mata, fere ou machuca é qualquer coisa que não amor. O amor, ainda que interrompido pela falta de sintonia entre o peito e o tempo é amor e é maior que a dor, que a distância, que a ausência. O amor é aquilo que de melhor nos alimenta e nos faz humanos. Portanto, ainda que não se esteja na mesma revigorada frequência, ame. O repleto complemento do amor é o que compensa qualquer vazio da existência. 

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