domingo, 26 de outubro de 2014

Do sentir muito

É paradoxal dizer essa frase: sentir muito, no intuito de se desculpar. Porque quando se sente e não se sente pouco, é porque se sente muito. Mas então como e qual razão em se dizer que se sente muito ao se desculpar. Sente-se muita compaixão ? Pena ? Tristeza ? Indefinição ? Ou na verdade se diz por que não se sente ? Num mundo com o qual nos deparamos hoje é preciso que se sinta, sim, muito. 

Mas esse sentir muito deve ser no sentido de sentir mesmo, na essência do que se sente, do que se observa. E principalmente, que esse sentir, seja essencialmente amor. Amor, independente de qualquer coisa. Amor no sentido amplo da definição maior que ele tenha. Algo do tipo: "meu amor é tão grande por sua pessoa que eu sinto..." 



Não devemos nos sentir culpados por sentirmos muito. Aliás, é isso o que nos diferencia, os sentidos, o amor, a compaixão são todos os elementos que nos diferenciam de forma maior. E o fato de sentir muito só comprova o tamanho dessa diferenciação. 

A vida nem sempre é fácil e ela, insistentemente nos obriga a sermos fortes. Nos obriga a sermos fortes e diante de muitas coisas, no dia a dia, ao longo do tempo que passa por nós sempre atarefado, ela nos obriga a sentir, entrar em contato com tudo o que nos cerca e o sentir é o que vem primeiro. O sentir é parte da alma e é sempre por isso que só podemos sentir muito. E, por vezes, o sentido da partida, ao longo do tempo, é o que dói mais. Sentir que o outro se foi... Sentir que o outro não faz mais parte. Sentir que o outro já não se faz presente. Sentir essa ausência é uma grande parte do sentir muito.


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